ATA DA OITAVA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA, EM PRORROGAÇÃO, DA NONA LEGISLATURA, EM 18.07.1988.

 

Aos dezoito dias do mês de julho do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Oitava Sessão Extraordinária da Décima Segunda Sessão Legislativa Extraordinária, em Prorrogação, da Nona Legislatura. Às quinze horas e sete minutos foi realizada a chamada sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Aranha Filho, Artur Zanella, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Elói Guimarães, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Nereu D’Ávila, Nilton Comin, Paulo Sant’Ana, Paulo Satte, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga e Wilton Araújo. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 47/88, que foi encaminhado à Votação pelos Vereadores Hermes Dutra, Clóvis Brum e Caio Lustosa. Ainda, o Sr. Presidente declarou empossado na Vereança o Suplente Marcinho Medeiros, e informando que S. Exa. já prestara compromisso legal nesta Legislatura, ficando dispensado de fazê-lo, comunicou-lhe que passaria a integrar a Comissão de Justiça e Redação. Durante os trabalhos o Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores: Clóvis Brum, acerca do 1º Projeto a ser votado na Ordem do Dia; Elói Guimarães acerca do “quorum” necessário para a continuidade da presente Sessão. Constatada a inexistência de “quorum” o Sr. Presidente levantou os trabalhos às quinze horas e quarenta e seis minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a seguir. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Artur Zanella e secretariados pela Verª. Gladis Mantelli. Do que eu, Gladis Mantelli, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.

 

 

O SR. PRESIDENTE: Declaro abertos os trabalhos da presente Sessão.

Tendo em vista a licença do Ver. Luiz Braz, declaro empossado na Vereança o Suplente Marcinho Medeiros, nos termos do §2º, do art. 5º, do Regimento Interno. S. Exa. passará a integrar a Comissão de Justiça e Redação.

Com a palavra o Ver. Clóvis Brum para uma Questão de Ordem.

 

O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): Sr. Presidente, rigorosamente, devemos ter uma tarde longa, hoje, eu sei das dificuldades momentâneas por que passa V. Exa., dirigindo os trabalhos, uma vez que é a primeira vez que chega nesta importante função, mas só gostaria de que V. Exa. tivesse com os integrantes do Plenário um pouco de paciência porque, às vezes, nós aqui ficamos em dificuldade para acompanhar a rapidez com que se processam algumas leituras. Eu gostaria de saber qual é o primeiro Projeto, Sr. Presidente, que vai ser colocado em discussão e votação ou em votação.

 

O SR. PRESIDENTE: De acordo com o espelho recebido pelos senhores, existem dois Processos em pauta no dia de hoje, até o presente momento. Proc. nº 1406/88; Projeto de Lei do Executivo nº 47/88, que estabelece o Programa Plurianual de Investimentos.

Este Processo está em regime de votação e foi encerrada a discussão por falta de “quorum”, porque é necessária a presença de 2/3 dos Vereadores em Plenário. Não foi feito o encaminhamento. O segundo Processo é o de nº 1304/88, Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 07/88, para este é exigida a maioria absoluta de votos para a aprovação. Satisfeito, Vereador?

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Agradeço a V. Exa.

 

O SR. PRESIDENTE: E digo a V. Exa. que não há dificuldade nenhuma na condução dos trabalhos, tendo em vista que a Assessoria e a Secretaria suprem perfeitamente as dificuldades do Presidente.

Em votação o Proc. nº 1406...

 

O SR. ARANHA FILHO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, V. Exa. deu “quorum” com os 2/3 de presença na Casa?

 

O SR. PRESIDENTE: Correto.

 

O SR. ARANHA FILHO: Há 22 Vereadores com a posse do Ver. Marcinho Medeiros.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu abri a Sessão com 21 Vereadores, com o Ver. Marcinho Medeiros se completam 22, então é possível o ingresso na parte que se refere às votações, eis que temos 23 Vereadores, no momento.

 

O SR. ARANHA FILHO: Perfeito, meu Presidente, eu só queria colaborar com a Mesa, alertando V. Exa. de que, na próxima solicitação de “quorum” feita à Mesa, se a Mesa constatar que não existe “quorum”, V. Exa. seria obrigado a terminar a Sessão no dia de hoje, por falta de “quorum” absoluto e pela terceira convocação, de acordo com o Regimento Interno. Além de tentar colaborar com a Mesa, chamo a atenção da Liderança do PDT para que chame seus Vereadores para a Sessão porque já estou cansado de dar “quorum” para o PDT.

 

O SR. PRESDIENTE: A primeira parte se refere à Questão de Ordem, a segunda, não.

Passamos à

ORDEM DO DIA

 

VOTAÇÃO

 

PROC. 1406/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 47/88, que estabelece o Programa Plurianual de Investimentos e o Plano Anual de Aplicação relativos aos recursos do Fundo Municipal para o Desenvolvimento Urbano e dá outras providências. URGÊNCIA – COM EMENDAS nºs 01 a 06.

 

Parecer Conjunto:

-  da CJR, CFO, CUTHAB, CEC, CEDECON e COSMAM. Relator-Geral, Ver. Cleom Guatimozim: pela aprovação, com a Emenda nº 01.

 

Parecer Conjunto:

-  da CJR, CFO, CUTHAB, CEC, CEDECON e COSMAM. Relator-Geral, Ver. Cleom Guatimozim: pela aprovação das Emendas nos 02, 05 e 06 e pela rejeição das Emendas nos 03 e 04.

 

O SR. PRESIDENTE: Abertas as inscrições para encaminhamento do Proc. nº 1406 – PLE nº 47/88.

Com a palavra o Ver. Hermes Dutra para encaminhar.

 

O SR. HERMES DUTRA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Encaminho mais especificamente sobre uma Emenda de minha autoria. Quero chamar a atenção dos Srs. Vereadores para a importância. Há uma Emenda de outro Vereador que diz que os Projetos deverão vir à Câmara para serem aprovados – Emenda do Ver. Caio Lustosa. Acontece que essa Emenda acrescenta ao texto esta vontade da Casa. Sabemos que o Sr. Prefeito vai vetar esta Emenda. Tentar fazer acordo aqui para aprovar a Emenda e depois o Sr. Prefeito não vetar, nós sabemos que não adianta porque tivemos exemplo disso na votação do Orçamento, quando nós fizemos um acerto público, selado, sob palavra com a Bancada do PDT e o Sr. Prefeito Municipal vetou as Emendas que tinham sido acordadas por esta Casa.

Então há uma Emenda de minha autoria que é supressiva, suprime o art. 3º. Este artigo autoriza o Sr. Prefeito a abrir os créditos sem passar pelo Legislativo, então, está minha Emenda supressiva tira esta autorização e por ela ser supressiva ele não tem como vetá-la e não podendo vetá-la, obrigatoriamente, terá de mandar a Casa o pedido de crédito e dizer onde colocar esses 600 milhões de cruzados neste ano porque o total é um bilhão e 800 mil cruzados. Queria alertar a V. Exas., a importância desta minha Emenda, não por ser de minha autoria, mas por ser uma Emenda que interessa ao Legislativo. Quero alertar também a V. Exas. da importância da aprovação desta Emenda. O Projeto com todas as falhas e defeitos teremos que aprová-lo.

Chamo novamente a atenção para a importância da aprovação desta Emenda. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, pelo PMDB, a palavra com o Ver. Clóvis Brum. V. Exa. tem cinco minutos.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. A Emenda do Ver. Hermes Dutra, - e eu chamo a atenção do Plenário – não cria um fato novo, apenas não permite um precedente. A Lei Orçamentária é clara quando trata de créditos especiais e adicionais. No caso do art. 3º, o Prefeito quer ficar autorizado a abrir créditos adicionais no montante do valor que trata o Projeto. O parágrafo único, do art. 3º, é claro, está perfeitamente em sintonia com a Lei Orçamentária, que permite ao Prefeito abrir um crédito de até no máximo 25%. O art. 3º evidentemente tem que ser suprimido, permanecendo o parágrafo único ou qualquer outra redação. No parágrafo único, os 25% podem ser operados de acordo com a Lei Orçamentária, agora, o art. 3º realmente abre a oportunidade inédita para que o Prefeito faça, sem autorização legislativa, o que bem entender. Outra Emenda, do Ver. Artur Zanella, é aquela em que coloca no item “Outras Vilas”, na parte de habitação e urbanismo, recursos para pagamento do Distrito Industrial da Restinga. Como esse item “Outras Vilas” apenas tem cem milhões, nós apresentamos uma Emenda que retira, quem pegar o Anexo 2 vai observar, o Grupo Grande Cruzeiro tem 200 milhões, o Grupo Grande Glória, 100 milhões, o subgrupo Cristal, Camaquã, 100 milhões, outras vilas, 100 milhões, só que em “Outras Vilas”, tem mais de 30 vilas. Então, nós tiramos 100 milhões da Grande Cruzeiro, deixamos a Grande Cruzeiro com 100 milhões e jogamos em outras vilas 100 milhões. Contempla a Emenda do Ver. Zanella e permite que as vilas, essas outras tantas vilas que não estão contempladas no Projeto, possam se organizar e lutar pela aplicação desses recursos nas suas áreas, porque na verdade esse Projeto tinha sido combinado e que passaria num amplo debate para depois ser aprovado. Mas aí vem um contra-argumento de que primeiro se dota de recursos para depois se discutir; mas acontece que se deixar duzentos milhões para a Grande Cruzeiro e cem para as outras vilas, as outras que são mais de vinte vilas, não terão cobertura financeira para reivindicar qualquer melhoria. Então, era necessário que a redistribuição destes recursos fosse mais justa; cem milhões para a Grande Cruzeiro; cem milhões para a Grande Glória; cem milhões para o subgrupo Cristal/Camaquã, duzentos milhões para outras vilas.

Apresentei, também, Sr. Presidente, outra Emenda porque há o item Pagamento de Aquisição de Áreas, de cem milhões. Como a Casa sabe, a Vila Mato Sampaio, Divinéia, Vila Pinto, são áreas que estão desapropriadas há muitos anos e a Prefeitura não pode viabilizar um projeto de urbanização porque o terreno ainda não é de propriedade da Prefeitura; eu estou pedindo numa outra emenda que desses cem milhões 50% seja canalizado para pagamento parcial, pelo menos, para se começar a pagar aquelas áreas.

De maneira, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, que eu chamo a atenção dos Senhores, nós não mexemos no Projeto e nem destinamos recursos do Projeto, apenas redistribuímos em partes o bolo maior, a fim de que outras vilas denominadas possam reivindicar junto ao Executivo uma melhoria, recursos para suas áreas.

Por isto, Sr. Presidente, eu acho que todas as Emendas apresentadas, com exceção da Emenda do Líder do PDT, porque o Ver. Cleom Guatimozim apresentou uma Emenda, a Emenda que ele apresenta é a de nº 1, mantém a decisão do Prefeito poder suplementar toda a verba, quando ele poderá suplementar até 25%, segundo a Lei Orçamentária. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Passamos a palavra ao Ver. Caio Lustosa, pelo PSDB. Cinco minutos, sem apartes.

 

O SR. CAIO LUSTOSA: Sr. Presidente, e Srs. Vereadores e senhores funcionários municipais que aqui estão na espera do tão anunciado Projeto de reajuste nos seus vencimentos.

Nós já analisamos e discutimos este Projeto em Sessão anterior e apontamos o caráter verdadeiramente assistencialista no próprio sentido e claramente populista em seu conteúdo em que sem nenhum projeto, sem nenhuma justificativa técnica e ao sabor das pressões clientelistas o Executivo pretende fazer um planejamento e uma melhoria em termos de urbanismo e saneamento nas vilas de Porto Alegre. De modo que o primeiro item que tínhamos era até de votar contra essa liberação de 500 milhões de cruzados agora e de quase 2 milhões de cruzados daqui a três anos ou até três anos. O importante é salientar a maneira como esses dinheiros todos – e não é uma importância pequena – serão aplicados, sem um planejamento sério, sem uma justificativa técnica de porque se aplica em saneamento e não em saúde ou vice-versa, enfim uma coisa muito empírica e improvisada e que denota este estilo compadresco de fazer administração e que é característica do PDT.

Mas, Sr. Presidente, para não alegar os populistas que nos ouvem e muitos até emendaram este Projeto procurando tirar um pouquinho de verba para suas vilas e para as ruas onde têm os seus currais eleitorais, nós queremos apenas salientar a necessidade de que ao menos se limite um pouco este liberalidade de um Prefeito com os seus secretários populistas fazerem a aplicação desses recursos. Daí porque é muito boa a Emenda do Ver. Hermes Dutra que impede que, sem licença da Câmara, o Prefeito libere recursos além daqueles 25% a que está autorizado pela Lei Orçamentária. E de outra parte, a nossa emenda de número 04, ela pretende fazer com que o Executivo, que sinceramente, não leva em consideração esta Câmara a não ser como uma Casa que sempre deve dizer sim ou amém às suas decisões, que o Executivo, encaminhe, ao menos, para que possa fazer uso deste projeto, os projetos técnicos, as demonstrações, do que está concretamente fazendo nas vilas, porque acho que a população de Porto Alegre já está farta de ver os anúncios de obras, dos mutirões, pois o mutirão hoje se tornou, e a linguagem popular já traduz hoje para “os mentirões das vilas”. Os mutirões são os mentirões nas vilas, não todos, mas a grande parte, a maioria deles. Isso tudo tem que passar a ser revertido. E eu aqui sempre trago à cena o caso da Vila Pinto, que há dois anos se aprovou e esta Câmara aprovou, neste mesmo estilo de liberar verbas graciosamente, 100 milhões de cruzados para sanear a Vila Pinto, e um ano depois fomos com a assessoria de meu gabinete até a Vila Pinto, e o trabalho não valia 100 mil cruzados velho. Conseguiram apenas misturar a água que o DMAE deveria servir a população com o esgoto cloacal, e servir tudo isto nas torneiras das pessoas que moram ali. E a isto se chama planejamento, saneamento urbano, mutirão nas vilas. E a isto se chama planejamento, saneamento urbano, mutirão nas vilas.

É esta a nossa posição do Partido da Social Democracia Brasileira, Sr. Presidente, que se vote sim, vamos votar, mas também com o alerta que iremos cobrar um a um os tostões que o Prefeito vai aplicar, esbanjativamente.

Vejo que o líder do PDT está ansioso para justificar estes milhõezinhos para o seu grande chefe do Paço Municipal. E espero que ele ao mesmo tempo traga aos funcionários aqui presentes a notícia que ao invés dos 35% de reajuste, o Prefeito resolveu chegar aos 75% que é realmente a defasagem salarial hoje existente em termos de funcionalismo de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa solicita às galerias que sejam compreensíveis. Neste momento, estamos votando o Projeto de Lei Plurianual de Investimentos. Depois, será votado o Projeto que trata de tarifas do DMAE. Ainda não chegou a esta Mesa o Projeto referente ao aumento dos funcionários. Solicitamos a colaboração de todos, porque há o Regimento Interno da Câmara, que faz o possível para prestigiar a presença de pessoas e dos funcionários, o qual nos coloca certas limitações, entre as quais veda a manifestação da assistência. Por isso, solicitamos a colaboração para que possamos, com maior rapidez, encaminhar todos os Projetos.

 

O SR. VALDIR FRAGA: Solicito a V. Exa. que informe ao Plenário que, se chegar o Projeto de aumento, ele ainda não será votado nesta tarde. V. Exa., por favor, explique a tramitação.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa agradece e vai explicar. Senhores Funcionários, o Ver. Valdir Fraga coloca, com propriedade, que, mesmo chegando hoje, o Projeto, como já foi dito, ele não será votado no dia de hoje, porque deverá passar pelas Comissões técnicas.

Com a palavra o Ver. Cleom Guatimozim.

 

O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, depois do que disse o Ver. Caio Lustosa, desta tribuna, só protegido pela Bíblia, não teria coragem de vir aqui sem trazer a Bíblia debaixo do braço para me proteger de tanta heresia que disse S. Exa. Não que falte conhecimento ou inteligência. Heresias colocadas do ponto de vista político. Então, protejo-me primeiro pela Bíblia, pra depois dizer que é incrível que alguém se coloque contra os mutirões, água, esgoto, limpeza urbana, capina. Então, a Administração Municipal tem feito isso, tem agido com o fabuloso remédio: o mutirão. Pois, é o melhor remédio para essas zonas desprotegidas, abandonadas, lugares onde não passam carroças. E vejam que em três anos de administração do PDT, iniciaram-se os mutirões em alguns lugares, como na Vila Bom Jesus, do Ver. Clóvis Brum. Nós sabemos que muitas vezes os buracos são sinal de progresso, Ver. Caio Lustosa. Muita rodagem cria buracos, isso é progresso, muitos supermercados, muitos veículos. Eu, sinceramente, tenho a impressão que eu não entendi bem, até há pouco tempo antes de vir para cá, que o Ver. Caio Lustosa tinha elogiado e eu não tinha entendido bem. Porque é difícil de entender que um homem como o Ver. Caio Lustosa seja contra mutirões. Porque é a única arma que tem o trabalhador, o homem do bairro, o homem que caminha algumas ruas para chegar até o ônibus, é o mutirão.

Os Srs. Vereadores lembram que o Prefeito Alceu Collares, ainda não tinha entrado no governo, e as cobras já mordiam as crianças nas escolas. O Prefeito foi lá e interditou as escolas que estavam em péssimas condições e, inclusive, recebeu aplausos da população, por ter feito isso.

Mas se procura hoje, Srs. Vereadores, até mesmo com o mal entendimento da Emenda supressiva. E a Emenda supressiva deve ser debatida nesta Casa para que se saiba qual é o efetivo efeito da Emenda supressiva. Ela está sendo mal compreendida.

Aqui se combate uma Emenda onde o Prefeito tem condições de abrir os créditos especiais. Não querem abrir os créditos. O Prefeito está autorizado pela Lei Orçamentária a abrir na proporção de 25%. E não é uma Emenda, neste Projeto, que vai tirar isso, os 25%. Ele pode fazer, aprovada ou não aprovada a Emenda.

Eu sei que, próximo às eleições, as cabeças ficam um pouco mais quentes. A política se acirra um pouco mais e alguns farejam política em tudo, até num cumprimentar. Este Projeto, bem examinado, pode se verificar que é apenas para o atendimento daquelas necessidades do povo. Agora, tem que vir a esta Casa cada vez que se vai fazer alguma coisa, numa burocracia monstruosa? E nós sabemos que, nesta Casa, um Projeto, quando corre muito, leva 30 dias. E não é muito tempo, porque, no Executivo, às vezes leva dois anos. Então, uma comunidade que poderia ter, por decisão, algo imediatamente, demora trinta dias, porque precisa vir à Câmara Municipal para dizer o sim para uma necessidade da cidade. Se deveria dizer sim para aquilo que se tem dúvida ou para aquilo que não é uma necessidade.

Encerro, Sr. Presidente, com a Bíblia, esperando que mais heresias não sejam ditas a respeito deste Projeto que visa a atender o povo desta terra. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): Sr. Presidente, solicito verificação de “quorum”.

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito à Sra. 1ª Secretária que proceda à verificação de “quorum”.

 

A SRA. 1ª SECRETÁRIA: (Procede à verificação de “quorum”.) Há 19 Vereadores presentes em Plenário, Sr. Presidente.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES (Questão de Ordem): Sr. Presidente, essa Questão de Ordem já formulamos e decorre das disposições regimentais. Antes de V. Exa. proclamar a inexistência de “quorum”, com base na verificação ora feita, requeiro que V. Exa., em face da falta de comunicação nos gabinetes, prerrogativa esta inserida nos prédios que abrigavam a Câmara Municipal e, de resto, nos parlamentos do País, solicito a V. Exa. que diligencie o comparecimento dos Srs. Vereadores em Plenário, tendo em vista que se trata de matéria de alta relevância para a Cidade o investimento de um bilhão e oitocentos mil cruzados nos bairros populares, devendo ser investidos 500 milhões este ano. Após a diligência, V. Exa. pode e deve proclamar a existência ou não de “quorum”.

 

O SR. PRESIDENTE: A intervenção do Ver. Elói Guimarães será registrada pela Taquigrafia, mas não como Questão de Ordem.

Está encerrada a presente Sessão e convoco os Srs. Vereadores para uma nova Sessão Extraordinária daqui a 30 minutos.

 

(Levanta-se a Sessão às 15h46min.)

 

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